Olá Meninas,
A nossa máquina de costura é antiguinha. Mainha ganhou de meu pai logo depois do casamento, isso em 1943. Puxa, faz muito tempo e até hoje ela está aqui. É uma lembrança viva do meu tempo de criança , adolescência... enfim a história de toda uma vida. Uma máquina de costura nos remete a um tempo que passou e que deixou saudade. E finalmente abri a máquina de costura da minha mãe. Já é um bom começo para quem estar com vontade de aprender a costurar. Não tenho pretensão de fazer grandes costuras. Apenas fazer o básico. E essa minha vontade mobiliza a todos nesta casa.
Mainha olha para a sua velha companheira, surpresa por vê-la aberta e suspira saudosa. E diz que sente tristeza por que já não sabe mais fazer o que fazia com tanta maestria e eu lembro arrependida do tempo em que ela queria ensinar-me e eu sempre protelava, dizendo depois aprendo e o tempo passou e não aprendi. Mas infelizmente é assim. Quando somos jovens pensamos ser donos da vida. Senhores do tempo. "Eternamente jovens". Mas que ilusão! A vida é um sopro! Mas só nos damos conta... bem mais tarde. Quando um belo dia nossos heróis e heróinas envelhecem e vem a inversão dos papeis. Precisam do nosso AMOR, CARINHO, ATENÇÃO, RESPEITO E COMPAIXÃO. E não é só isso. É muito mais. Quem convive com um idoso entende bem essa necessidade de proteção e aconchego que eles têm. Um ser totalmente indefeso. Tanto quanto um bebê. Neste mundo tecnológico e as pessoas ocupadíssimas sem tempo para compartilhar a alegria e a juventude passageira com aquele ou aquela, que um dia fez sua vida mais bonita. Permanecendo distantes e ausentes do convívio com aquela que já vive seu último estágio da vida. Gente, o idoso gosta de carinho, palavras amorosas que faça eles sentirem-se GENTE, assim como eu, como você como todos nós. Se você ainda tem a felicidade de ter um idoso na família. Doe AMOR. Saiba que isso só vai fazer bem e a você mais ainda. E o coração do vovô agradecido.
Divaguei um pouco, mas como ia dizendo, incentivei-a a sentar-se diante da sua velha amiga e matar a saudade, protestou um pouco, mas sentir que queria fazer isso. Pediu os óculos, levantou-se do sofá e encaminhou-se para a máquina de costura. Estávamos, eu e Luiz nos batendo para enfiar a mesma. E mainha sentada então nos ensinou do alto dos seus 93 anos com as mãozinhas cansadas como fazer. Ficamos emocionados e ligeira registrei clicando e agora divido aqui com vocês.
Ela não vai costurar, mas um simples gesto, uma recordação anima, dar vida, ilumina e alegra os seus dias já sombrios.
Torçam por mim meninas. E aproveito para pedir SOS a Leslie nesta nova empreitada, Rsrs.
Beijos alinhavados,
Bel